Quando chega, não pergunta se você tem diploma ou não. Não quer saber se você é rico ou pobre e se é branco ou negro. Quando ele chega, não consulta se você o quer ou não. Vem com toda a bagagem, disposto a se instalar, pois não sabe quando retorna. Talvez tenha vindo para não mais voltar. A sua casa fica toda desarrumada, o seu eu  fica perdido e a sua personalidade enfraquecida, até que você se adapte ao novo hóspede.

     Quando ele chega, você consente, mesmo sem ser questionado. Você o acolhe, porque já não pode dizer não. Às vezes, ele chega de repente, sem você esperar. Outras vezes, avisa que vai chegar, mas não sabe quando. Ninguém, em toda a História Universal disse não à sua chegada, porque quando ele chega, já vem tomando posse, dominando, destruindo estruturas, perturbando as mais severas ordens. Ninguém, em toda a História Universal, deixou de sofrer por ele, por tê-lo, por não tê-lo ou por havê-lo perdido. O homem mais temido, torna-se dócil, se o tem. A mulher mais pura, despe-se inocentemente, se foi tocada por ele. A criança triste, expõe um lindo sorriso, ao senti-lo por perto. O ancião solitário, enche-se de coragem ao vê-lo de longe. Até os animais, que não raciocinam, o reconhecem no gesto humano. Essa visita, que tudo transforma, que derruba os muros, que acalma a tempestade e que irradia os corações mais endurecidos, é simplesmente o AMOR!